O que a psicanálise tem a dizer sobre a ansiedade? 

As mudanças de comportamento do ser humano e as novas exigências do mundo moderno, marcado pelo excesso de informações e atividades, provocam o estresse e elevam o nível de ansiedade. 

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil tem o maior índice de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo. 

Por ser considerada um mal do século, a ansiedade é assunto recorrente no meio científico e necessita de atenção e estudo. Também precisamos falar sobre o tema para que mais pessoas possam ter conhecimento e buscar ajuda, quando necessário.

Ansiedade, medo e angústia

A ansiedade é diferente do medo. Geralmente, conseguimos identificar do que temos medo — da morte, de cobra, de avião, etc.

A angústia vai um pouco além e está relacionada com o pânico e com o desamparo. Aqui, não fica muito claro de onde ela vem, ou qual seu objeto.

Na ansiedade também há algo que não se consegue explicar, mas existe algum saber sobre ela — uma certa expectativa de que algo aconteça ou que deixe de acontecer.

Tanto a ansiedade como o medo, passam a ser considerados sintomas patológicos quando ganham uma proporção exagerada.

Situações do cotidiano se transformam em ameaças constantes que paralisam a pessoa, afetam suas relações pessoais e o convívio social, já que ela passa a evitar situações onde não se sente segura.

Perspectiva da psicanálise a respeito da ansiedade

A ansiedade está relacionada com a expectativa e a necessidade de pertencimento, a um certo desamparo, sendo os sintomas uma consequência do esforço do sujeito para evitar situações conflitantes.

A ansiedade, portanto, é uma manifestação ‘normal’, um estado de apreensão devido a uma expectativa. Mas quando provoca sofrimento, passa a ser considerada patológica, pois causa distúrbios orgânicos.

Ela pode estar relacionada ao medo de algo presente no mundo exterior, ao medo de ser punido pelo sentimento de culpa ou a um medo sem definição, de algo que pode ou não existir. De qualquer forma, é um sinal para o organismo de que ele precisa se defender.

Para Freud, a ansiedade está ligada a desejos contidos, não realizados ou a experiências traumáticas vividas na infância que se manifestam na vida adulta em forma de sintomas. Revela um desprazer com momentos de descarga, uma reação de defesa do organismo, um sinal de alerta diante os perigos iminentes, sejam eles reais ou imaginários.

A psicanálise aborda a ansiedade a partir de cada um, considera aquilo que é singular e propõe o retorno a subjetividade, à fala, ao corpo, marcado por questões psíquicas, sociais, culturais e biológicas.

Para compreender os transtornos de ansiedade é preciso escutar o sujeito, é um a um, considerando a complexidade do quadro que se apresenta ali. Essa é a maior contribuição da psicanálise para a compreensão dos transtornos de ansiedade — o retorno à subjetividade.

Faz sentido pra você? Me conta nos comentários.

Publicado por Adriana Prosdocimi Psicanalista

Psicóloga e psicanalista. Atua especialmente com consultas online — uma forma de atendimento que rompe as barreiras da distância, facilitando o acesso ao psicólogo, inclusive para os brasileiros que vivem no exterior.

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