Outro dia conversando com uma amiga, ela me contou que se sentia triste e não sabia o porquê. Mesmo sem motivos em sua vida pessoal, que ia muito bem, ela sentia uma tristeza que a estava incomodando.
Ela me falou que não gostava de se sentir assim, que a alegria tinha espaço em sua vida, mas a tristeza não! Falei que eu achava importante acolher esse sentimento, ao invés de tentar espantá-lo a qualquer custo.
Quase ninguém gosta de se sentir triste, isso é verdade, embora algumas pessoas tenham algum tipo de prazer ou satisfação dessa forma.
Mas o que deveríamos nos perguntar é se ao buscar a felicidade a todo momento, não estamos encobrindo ou tentando encobrir sentimentos como o medo, a angústia e a tristeza.
As pessoas gostam e querem ver e ouvir coisas boas (good vibes only), mas esquecem que sem sombra não há luz. Ou só há luz porque há uma escuridão a ser iluminada.
A busca desenfreada por prazer torna-se patológica quando visa suprimir ou mascarar uma dor.
Acolher os processos é acolher o todo que somos, é acolher o fluxo da vida com todas as suas facetas e contradições.
Por isso, tenho que concordar com Clarice quando ela diz que um sofrimento legítimo vale mais do que um prazer forçado.
Faz sentido pra você?