Chega desse papo de cocriar a realidade. Já deu! Tudo bem que manter um olhar positivo é importante para viver nossos dias com alguma alegria. Mas não há como negar o real que se apresenta.
Vivemos um momento muito ruim no Brasil e sim, a fome está aí! Mais perto do que se possa imaginar, ao seu lado. Além disso, somos seres divididos, feitos de sombras e luz. E uma depende da outra para existir. Não basta ficar pensando positivo para acabar com a fome ou fazer com que os seus lados mais obscuros deixem de existir.
A grande falácia nessa história de atrair o que se quer pelo pensamento é que a gente nem sabe bem o que deseja direito. Vamos mirando, apontando a flecha, apalpando o terreno e tentando caminhar sobre o que supostamente se quer construir. Muitas vezes, se nega o desejo e tenta-se desviar dele à todo momento, pois pode ser difícil assumir as rédeas da própria vida.
O ponto é: o buraco é mais embaixo. Só se sabe depois, depois de tentar, errar, tentar de novo, acertar, alinhar a direção e seguir navegando nas águas, nem sempre calmas, da vida. Querer dinheiro, viagens e abundância, todo mundo quer! Ou não?! E achar que basta você visualizar tudo isso para ter a vida que sempre quis é ilusão!
Desejo é outra coisa. E ele se manifesta sim, mesmo que passe despercebido, em deslizes, repetições, padrões de comportamento que acabam levando sempre ao mesmo lugar. O modo como você age diz sobre o seu desejo, assim como suas fantasias, medos e modos de sofrimento e prazer.
A análise propõe se perguntar sobre isso. Isso que atravessa, que repete, que insiste. Um processo de desconstrução e reconstrução da própria história, onde é possível criar, não a realidade, mas a maneira como você atua sobre ela — o único meio de transformá-la.
Faz sentido pra você?
Um comentário em “Querer não é poder, desejar, talvez”