Colocar limites: o marco da saúde dos relacionamentos

“Minha bondade tem limites: não posso proteger quem me ofende.” 

Clarice Lispector

Por que não consigo sair dessa relação que me faz mal?

Por que ajo sempre da mesma maneira?

O que me impede de dizer não?

Por que estou desrespeitando meus limites?

Tenho medo de perder, de não ser amada, de ficar sozinha? 

Essas são algumas das perguntas que surgiram em uma roda de conversa para mulheres, que conduzi em janeiro de 2024, com minha parceira nesse projeto, Carla Rizzardi, fisioterapeuta integrativa. 

A proposta foi falar sobre como os impasses que surgem nos relacionamentos se conectam com nossa história. Construímos um espaço acolhedor de fala e escuta, buscando localizar o que, de cada uma ali presente, fazia nó com as questões vividas em suas relações. 

Tudo isso a partir de uma reflexão a respeito da forma como lidamos com os limites. É sobre isso que vou falar neste texto. Vem comigo!

Os romances familiares se atualizam nos relacionamentos

Se você aprendeu na sua infância a ser boazinha, a mensagem por trás desse comportamento pode ser: ‘é melhor fazer o que esperam de mim para não incomodar’, ou: ‘não posso ser eu mesma, pois assim não serei amada.’

Você, então, acredita que será da mesma forma nas suas relações amorosas, o que pode fazer com que tenha dificuldade em expressar as suas vontades ou dizer não, para ser boazinha. Isso facilita entrar em dinâmicas abusivas.

Criamos fantasias sobre como devemos ser e o que fazer para sermos amadas na infância e levamos isso para a vida adulta — o que pode trazer muitos problemas para os nossos relacionamentos.

Baseadas em nossas primeiras relações amorosas — com os nossos pais ou cuidadores — essas fantasias orientam nosso comportamento e influenciam nossos relacionamentos. Adultas, repetimos o mesmo modo de amar que vivemos na infância.

Eu achava que tinha que ser perfeita para ser amada

Uma das participantes da roda nos contou que achava que tinha que ser perfeita e que não conseguia lidar bem com os erros. Quando criança, pensava que se fizesse tudo direitinho, evitaria desagradar à mãe, já que essa criticava e brigava muito com ela.  

Em terapia, viu que reproduzia esse comportamento nas relações amorosas — precisava agradar o parceiro a todo custo, mesmo que isso significasse renunciar às suas vontades ou ultrapassasse seus limites — pois pensava que só assim seria amada, como fazia com a mãe. 

Repetir, elaborar e reaprender a amar

É importante lembrar que agimos de forma automática (o inconsciente comanda!). Repetimos comportamentos sem saber das nossas reais motivações e defesas. 

Seja em terapia ou em uma roda de conversa — que levanta questões e percepções — é preciso um mergulho nos seus romances familiares para conhecer o seu modo particular de amar.

Processos que ajudam a descortinar aspectos que encobrem a compreensão e a desatar nós, que nos deixam presas ao modo de amar da infância. Aprendemos com as nossas repetições à medida que conseguimos enxergá-las.

Assim fica mais fácil conhecer e respeitar o seu limite, espantando medos e fantasmas que trazia consigo desde criança. Deixar para trás o que não serve mais, curar as feridas, cuidar. E, se necessário for, reaprender a amar.

Vamos juntas!

Se quiser fazer parte das rodas de conversas, entre em contato! Ou, se preferir, agende uma sessão!




Descubra mais sobre Adriana Prosdocimi | Psicóloga e Psicanalista

Assine para receber os posts mais recentes por e-mail.

Publicado por Adriana Prosdocimi Psicanalista

Psicóloga e psicanalista. Consultas online — uma forma de atendimento que rompe as barreiras da distância, facilitando o acesso ao psicólogo, inclusive para os brasileiros que vivem no exterior.

Um comentário em “Colocar limites: o marco da saúde dos relacionamentos

Deixe um comentário

Descubra mais sobre Adriana Prosdocimi | Psicóloga e Psicanalista

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue lendo