Como construir relacionamentos saudáveis? 

A maneira como você ama tem a ver com o modo que viveu o amor na infância.

Ou seja, como você se relaciona amorosamente hoje, tem como base o lugar que ocupou na vida dos seus primeiros cuidadores, geralmente, seus pais.

As primeiras relações amorosas deixam marcas e constituem as leis internas que regulam a sua maneira (única) de amar. 

Como aprendemos a amar?

O amor que os pais transmitem, seja a forma e consistência que tiver, nos constitui — é através dele que nos ligamos à vida, que percebemos um corpo próprio, que nos diferenciamos do outro.

Isso, transmitido pelo olhar, pelas palavras, demandas e expectativas dos pais, também aprisiona a criança em uma auto exigência baseada no que ela supõe que estes esperam dela, ou seja, como deve se comportar para ser amada por eles.

Assim, acreditamos que seremos amadas como entendemos que fomos pelos nossos pais, não importa se foi muito, pouco ou meio amada. O ponto aqui é essa fantasia que criamos na infância (sempre uma suposição), que será a referência nos futuros relacionamentos. 

Nos relacionamos amorosamente na vida adulta de forma semelhante ao modo que vivemos o amor nessas primeiras relações — isso que não conseguimos nos desvencilhar tão facilmente. Não saímos imunes à nossa família, como bem diz a psicanalista e escritora Ana Suy.

Como podemos amar melhor?

O seu modo de amar, e o lugar que você ocupa nas suas relações amorosas (sempre inconsciente), pode estar baseado em traumas, levando a repetição de padrões.

Ao ganhar um entendimento sobre como você se relaciona, fica mais possível se relacionar de forma mais satisfatória e condizente com o que você quer, hoje, construindo relações menos regidas por repetições e mais alinhadas ao seu desejo.

Outro ponto importante é entender que um não completa o outro, que não há encaixe perfeito, o que não significa que não podemos nos relacionar.

Quando a gente ama, achamos que a pessoa irá suprir a nossa falta, mas isso não acontece. Em um relacionamento saudável é preciso encarar a solidão, que se relaciona com a compreensão de que somos seres faltantes. E tudo bem.

É o que se almeja conseguir em um trabalho de análise — aprender a se separar dessa maneira ‘conhecida’ de se relacionar, parar de repetir o que não funciona e entender que desentendimentos e desencontros fazem parte das relações.

Aí, quem sabe, encontrar alguma satisfação no amor!