Fernanda Young: Mulher, Amor e Criação Divina

O amor é fundamental. O amor é a primeira coisa. É o começo do resto.

(Fernanda Young)

Fui ver o documentário “Fernanda Young Foge-me ao controle”, de Susanna Lira. Saí emocionada e inspirada pela força de mulher que ela foi, por sua criação divina e pelo amor que colocava em tudo o que fazia.

Fernanda Young foi uma das figuras mais brilhantes da cultura brasileira contemporânea. Escritora, roteirista e apresentadora, autêntica e talentosa, com uma visão crítica, desafiava normas e defendia com unhas, alma e dentes o direito de ser Mulher por inteiro. 

Escreveu vários livros e séries, como “Os Normais”, foi apresentadora do programa Saia Justa, sempre misturando humor e profundidade. Young celebrou a complexidade das relações humanas e continua nos inspirando e provocando reflexão até hoje.

Como se sente uma garota

Tem uma cena no documentário (um recorte do programa de TV Saia Justa), que Fernanda aparece lendo uma tradução — feita por ela mesma — da música da Madonna “What It Feels Like For A Girl” (Como Se Sente Uma Garota).

Ao ler o seguinte trecho: quando vocês abrem a sua boca para falar, vocês são capazes de demonstrar alguma fraqueza? começa a chorar. Rita Lee, que também apresentava o programa na época, continuou a leitura:

Vocês sabem o que é ser uma garota? Vocês sabem o que é ser uma garota nesse mundo?

Fernanda sabia e era capaz de falar de suas fraquezas como ninguém — transformando suas verdades em arte, através das palavras. No entanto, se sentia pouco reconhecida no universo da literatura, apesar de sua genialidade em seus 16 livros publicados.

Até que, segundo ela, se deu conta de que era ‘por ser mulher’. Além de ‘não parecer uma intelectual e não reverenciar os coronéis da cultura’. É muito difícil ser uma garota nesse mundo. Ainda mais, uma garota que fala o que pensa.

Divina criação

A relação de Fernanda Young com sua arte era de entrega total, com uma honestidade quase visceral, que traduzia o respeito que tinha por si mesma, por seus afetos, sofreres e amores.

Acima da porta do quarto onde trabalhava, tinha uma placa escrito DIVINA. Enquanto escrevia, a luz ficava acesa, o que significava que ela não podia ser interrompida por motivos humanos, pois quando criava se tornava divinal.

Fernanda, como a artista genial que era, se entregava de corpo e alma à sua criação. O resultado, como bem conhecemos, causava (e ainda causa) impacto nas pessoas. A arte tem esse dom de nos provocar, quando é verdadeira.

Ah! O amor!

Tudo o que vi no documentário ‘Foge me ao controle’, era sobre amor.

E é por isso que termino esse texto exaltando o meu amor por essa mulher que me inspira com suas palavras poéticas e sem disfarces, que revelam as mazelas e as delícias de ser uma garota nesse mundo.

Caótica, intensa e provocadora, Fernanda nos convida a olhar para as nossas dores e desejos mais profundos, com todas as suas cores e nuances. Nos ajuda a entender que a vida não é cor de rosa, nem cinza — e nos faz querer ver toda a variação de cores que há no viver.

Fernanda me dá coragem para ser uma garota nesse mundo, me inspira a criar com autenticidade e a viver com mais amor. Por mim, pelo outro e pelo mundo! Estamos mesmo precisando.

Obrigada Fernanda Young!


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Publicado por Adriana Prosdocimi Psicanalista

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