Esse é o último texto do relato: África do Sul: uma viagem a meia luz. Mais uma aventura nas montanhas, na remota wild coast e um safári no parque mais antigo do país.
Ao acessar lugares remotos, tive que superar medos e encontrar coragens que eu não conhecia. O que me trouxe uma sensação de libertação, pois sentia que nada me acorrentava.
Um verdadeiro safári de emoções! Vem comigo?!
Explorando as montanhas da África do Sul
Após 13 dias percorrendo a África do Sul, um dia de descanso em Bergville — povoado ao pé das montanhas. Na manhã seguinte, partimos rumo a uma das maiores cachoeiras do mundo. Tugela Falls, fica em Kuala Zulu Natal — na fronteira com o pequeno país Lesoto.
Para os sul-africanos, ela é a maior cachoeira do mundo — como indica a placa na trilha. No entanto, na internet, é considerada a segunda maior, ficando atrás da Salto Angel, na Venezuela.
Controvérsias à parte, para chegar lá foi preciso uma caminhada longa e desafiadora. A 3300 metros acima do mar, a respiração fica mais difícil. A pior parte foi escalar uma pedra de 20 metros de altura, por uma escada de corrente, um pouco perigosa.
Precisei respirar fundo e segui sem olhar para baixo. Apenas atenta ao meu pé, para não pisar em falso. O encorajamento do nosso guia foi fundamental para me fazer não desistir naquele momento.
Chegamos ao topo e, após mais 20 minutos de caminhada, a cachoeira surgiu aos nossos pés. Um visual de tirar o fôlego!
Tivemos tempo para tirar fotos, apreciar a vista e fazer um lanche rápido. Logo depois a paisagem se cobriu de nuvens.
Se chegássemos 10 minutos mais tarde, não teríamos visto nada! A sensação foi de estar no lugar certo, na hora certa. E de orgulho por não deixar o medo me paralisar.
Visitando a cidade dos Hipopótamos
No dia seguinte, seguimos para a última etapa da viagem — a wild coast. Praias selvagens que me lembraram o Brasil, pelo verde que emoldurava a areia fofa e o azul-escuro do mar.
Passamos dois dias em Santa Lucia, pequena cidade que abriga um estuário, cheio de crocodilos e hipopótamos. Esses últimos, passam o dia submergidos, sempre em bando. Uma das atrações da cidade é um passeio de barco para avistá-los.
Uma curiosidade é que não é recomendável caminhar nas ruas a noite. Não pela violência, o perigo é cruzar com um hipopótamo ou crocodilo, que circulam pela cidade ao final do dia!
Um safári cheio de emoções
Dali, saímos às cinco da manhã para um safári no mais antigo parque nacional da África do Sul — Hluhluwe-Imfolozi. Com vegetação diversificada, é habitat dos ‘Big Five’ (elefante, rinoceronte, búfalo, leão e leopardo), além de vários outros animais.
Percorremos o parque em um jipe, num passeio que durou o dia todo. Passamos momentos de tensão, como quando um elefante veio em nossa direção correndo, mas parou na frente do carro. E outros, de maravilhamento, ao avistar uma diversidade de animais em seu habitat natural.
Ao final, fizemos um churrasco no meio do parque, onde tentei relaxar. Fiquei alerta, de olho nos leões, que podiam aparecer por ali, mas não deram as caras. Ainda bem!
Uma experiência única, sem dúvida.
Uma aventura, onde, mesmo o medo estando presente em muitos momentos, não me impediu de viver o que me propusera.
Aprendi a identificá-lo quando se apresenta, mas também a desafiá-lo. Dando espaço para o que não posso controlar, mas seguindo em frente.
Somos aprendizes, e viajar nos traz de volta a esse lugar! Ao fascínio de aprender, através do que se passa fora e dentro de nós!
Afinal, viver é um safári de emoções, não é mesmo?!
Descubra mais sobre Adriana Prosdocimi | Psicóloga e Psicanalista
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