Cheguei em Cape Town às dez da noite de um domingo, tomei um banho e fui dormir. Ou, tentei. Na madrugada, fortes ventos me acordaram mais de uma vez. Me lembrou Florianópolis e eu custava a acreditar que estava na África do Sul!
Na manhã seguinte, no terraço, fui surpreendida pela imponência e beleza da Table Mountain — uma montanha de 260 milhões de anos, mais antiga que os Andes — que emoldura Cape Town. Meu coração sorriu.

Nesse clima estonteante, tomei um café apreciando a paisagem e fiz alongamentos para o meu corpo acabar de chegar. Minha alma já estava ali.
Pelas ruas de Cape Town
Saí para desbravar a cidade, a pé, como gosto de conhecer os lugares, passeando pelas ruas, descobrindo cantos e encantos. Após 40 minutos de caminhada até o centro, cheguei na Long street, rua cheia de boates, restaurantes, lojas e, para minha surpresa: coffee shops!
Na África do Sul a maconha é legalizada, os cidadãos sul-africanos podem consumir e cultivar para uso pessoal. O uso e plantio da planta é comum entre a população negra — que a chamam de dagga — desde o século XVII, mas foi duramente reprimido durante o apartheid.
No dia seguinte, caminhei até o pico da Lions Head, montanha ao lado da Table Mountain, com uma vista incrível para o mar de água cristalina, azul turmalina de um lado e, do outro, a Cidade do Cabo banhada pelo oceano e montanhas azuis no horizonte.

No mesmo dia, peguei o bondinho para a Table Mountain e fui impactada pela extensa cadeia de montanha que acaba no oceano. E olha que sou das montanhas! Caminhei por horas lá em cima e finalizei o dia com um pôr do sol colorido, uma cerveja gelada e ótimas companhias!
Os picos turísticos que valem a pena
Nos dias que se seguiram me desdobrei em conhecer alguns pontos turísticos, trabalhar (passeava de dia e começava a atender no final da tarde até a noite) e me aventurar para além do óbvio.
Dentre os lugares mais conhecidos, vale a pena citar alguns principais, como:
- Bo-Kaap — bairro mais antigo da cidade — Patrimônio Nacional da África do Sul; com casinhas coloridas e forte presença da comunidade muçulmana.
- Green Market Square — praça no centro da cidade com artesanato local.
- Camps Bay — praia com areia branca e fina, piscinas naturais e vista para as montanhas, com restaurantes, bares e cafés sofisticados.
- Kloof Street — rua charmosa e super cool, com restaurantes e bares.
- Robben Island — ilha onde está o presídio de ativistas que lutaram contra o apartheid, entre eles o ex presidente do país, Nelson Mandela.
- Kirstenbosch National Botanical Garden — jardim botânico que abriga uma floresta de 36 hectares. Fundado em 1913 para promover, conservar e exibir a rica e diversificada flora do sul da África. Imperdível!

- Cape point e Cabo da Boa Esperança — limite sul do território africano, conhecido como cabo das tormentas por ser uma região de navegação perigosa. Natureza exuberante!
- A First Thursdays — evento cultural gratuito que acontece na primeira quinta-feira do mês, nas ruas do bairro Woodstock e no centro, com galerias de arte, lojas, restaurantes, bares, música ao vivo, exposições, palestras e outras atividades. Muito massa!
- The Old Biscuit Mill — antiga fábrica de tijolinhos vermelhos no bairro Woodstock onde, aos sábados, acontece um mercado de rua — Neighbourgoods Market — com comidas locais e de todas as partes do mundo, artesanato e música! Amei.
So far so good (até agora tudo bem)
O passeio mais desafiador foi Chapman ‘s Peak Drive — uma estrada aos pés da montanha, a beira-mar, com 9 km de vistas de tirar o fôlego. Foi incrível, apesar das fortes emoções que surgiram no percurso.
A aventura começou ao alugar um carro e dirigir pela primeira vez na mão inglesa (!) em uma estrada que fica a beira de um precipício a 600 metros do mar e com 114 curvas! Percorremos esse cenário de filme em uma hora (ida e volta, com paradas para apreciar o visual) e valeu cada segundo.

O paraíso está dentro de nós
Quando viajamos, saímos da zona de conforto e nos deparamos com aspectos de nós mesmos que, muitas vezes, ficam camuflados na rotina. Uma baita oportunidade para olhar para si.
Para não carregar suas dores e traumas na mala por onde for, aprenda a curá-los, a lidar com eles. Fala! Faça terapia. 🙂
Descubra mais sobre Adriana Prosdocimi | Psicóloga e Psicanalista
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Um comentário em “Descobrindo as belezas de Cape Town”