“Todo mundo deve inventar alguma coisa, a criatividade reúne em si várias funções psicológicas importantes para a reestruturação da psique. O que cura, fundamentalmente, é o estímulo à criatividade. Ela é indestrutível. A criatividade está em toda parte.”
Essa citação é de Nise da Silveira — psiquiatra alagoana, que revolucionou a saúde mental no Brasil. Uma referência na luta antimanicomial e inspiração para políticas públicas e práticas terapêuticas até hoje.
Nise se dedicou ao tratamento humanizado para as pessoas com transtornos mentais, se opondo aos métodos violentos — como isolamento, eletrochoque e lobotomia.
Em vez disso, realizava terapias artísticas, que produzia efeitos positivos nos pacientes, desde melhoras significativas no comportamento à produção de obras de arte.
O último episódio do podcast É isso!, com minha amiga escritora e produtora de conteúdo, Patrícia Cerqueira, foi inspirado nesse trecho da frase de Nise:
“O que cura, fundamentalmente, é o estímulo à criatividade.”
E é sobre isso, que vou escrever hoje.
A criatividade e a saúde mental
A criatividade é a expressão da nossa força vital, da nossa autenticidade. Funciona como motor da vida, que é pura criação.
E não se trata da produção artística apenas, mas de ser uma pessoa criativa em sua rotina, em suas relações, em seu trabalho.
Se permitir imaginar, inventar, agir para realizar sonhos e buscar viver a vida do seu jeito, pelo menos na maior parte do tempo.
O caos, o brincar e a criação
Sentimentos muitas vezes vistos como negativos, como a raiva e a tristeza, podem ser ótimos para criar.
Não se trata de romantizar o sofrimento, mas compreender que a dor faz parte da vida, e que ela pode, sim, ser um agente de transformação.
O caos, nesse sentido — como em períodos difíceis da vida, o luto, por exemplo — pode ser um motor para a criação.
Da mesma forma, é preciso cultivar a capacidade de brincar, de fantasiar, pois ela também é um estímulo a criatividade.
A criatividade é uma atitude perante a vida
Todo mundo pode ser criativo! Mas as pessoas têm medo, porque é necessário tomar as rédeas da vida pelas mãos. Não depender do outro — do marido, esposa, mãe, pai, presidente ou Deus — para ser feliz.
Não tem resposta, é preciso criar. Isso requer responsabilidade.
Não se contente com o que não tá bom e que pode melhorar. Abra mão da suposta segurança, deixe de lado o medo de errar e faça o que está ao seu alcance para viver a sua vida como se ela fosse criada por você, o máximo possível.
Descubra mais sobre Adriana Prosdocimi | Psicóloga e Psicanalista
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