Nascemos enredados em palavras que nos denominam e crescemos pescando outras que a gente se identifica.
Nos definimos a partir dessas nomeações, supomos o que o outro quer de nós e como devemos agir para sermos amados.
Uma mistura de identificações e projeções que nos leva a criar fantasias individuais, de onde passaremos a atuar na vida.
O que construímos na infância segue regendo nossa vida adulta — o inconsciente não considera o passar do tempo.
Por isso, ao contrário dos gatos, nós não nascemos livres. A liberdade é uma conquista, e a psicanálise pode te ajudar nessa busca.
Construindo castelos
Construímos nossos castelos — a noção de quem somos — com limites imaginários e bordas cheias de sentidos e significados.
Muitas vezes, levantamos muros altos e não conseguimos ver o lado de fora. Agimos como se fosse real apenas o que está ao alcance dos olhos.
Caminhamos como quem caminha em um labirinto — mantendo ciclos de repetição. Até que o confortável, por ser o que se conhece, fica insuficiente e as paisagens repetitivas.
E o desejo de percorrer melhores caminhos se torna maior. É preciso dar o primeiro passo — para o desconhecido, mas almejado. Nesse ponto, as pessoas procuram ajuda.
A liberdade, que é uma conquista, e não uma doação, exige permanente busca; que só existe no ato responsável de quem a faz. Ninguém tem liberdade para ser livre: pelo contrário, luta por ela precisamente porque não a tem. Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão.
Paulo Freire
Derrubando muros
O caminho que se percorre em uma análise envolve ultrapassar os muros do castelo — ou derrubá-los — e construir pontes.
À medida que você se livra de limites imaginários e rótulos desgastados, que não mais te definem, vai colhendo outros mais frescos pelo caminho.
Ao derrubar muros — se separar da expectativa do outro, que é sempre uma suposição — você dá mais consistência ao seu desejo e encontra o seu estilo.
A maioria das pessoas não quer realmente a liberdade, pois liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade.
Sigmund Freud
Encontrando a liberdade
Um encontro com a liberdade é possível quando você se torna capaz de sustentar o que se faz. Isso que é seu, que não foi o outro quem disse nem Deus quem mandou, mas você.
Quando você conquista a liberdade de fazer escolhas com responsabilidade, ou seja, que te direcionem para um viver mais próximo à sua verdade.
Um percurso que não se faz em um dia, mas que compensa cada passo à medida que, naquilo que resta, encontra-se a autenticidade do ser.
Ser livre não é fazer o que quer, mas reconhecer e se responsabilizar por seus anseios e ações, ainda que sempre em transformação.
Faz sentido para você?
Descubra mais sobre Adriana Prosdocimi | Psicóloga e Psicanalista
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Um comentário em “Um encontro com a liberdade”